Parecia amor, mas dizem que não existe essa
coisa de amor a primeira vista. Os olhinhos dela brilhavam e a deixavam
ingenuamente encantadora, os dele, volta e meia escapuliam, não tinha como não
olhar a menina do sorriso cativante, e foi assim por algum tempo, só troca de
olhares discretos, ou nem tanto, àquela
altura todos já tinham percebido um certo interesse de um pelo outro e virse-versa.
Mas parecia haver uma barreira entre eles que o “espera só mais um pouco”
insistia para que não fosse rompida, mas o tempo não os esperaria, já estava
quase amanhecendo, ambos teriam que ir embora e talvez não houvesse outra
chance.
Já entregando os
pontos a menina do sorriso cativante resolve ir embora, não porque queria, pois
por ela ficaria o resto da vida olhando para aquele belo rapaz, mas porque não
podia mais ficar, já estava além da hora que deveria chegar em casa, seus pais
certamente não iriam gostar, e lá se foi ela pelo estreito caminho escuro,
iluminado apenas pela lua, que a propósito era cheia. Um pouco distante da cabana, ouvindo a música
cada vez mais baixinha, ela sente algo tocar em sua mão, suas pernas paralisam,
seu corpo fica gélido, porém surge uma voz surge que a acalma:
_Não podia deixar
que fosse só! _era o moço bonito, que naquele momento se mostrava também um cavalheiro.
De mãos dadas e com
sorriso no rosto os dois seguiram em frente, começaram a conversar, não tinham
nada em comum, mas tinham uma sintonia incrível, como se um fosse aquilo que
faltava no outro, eles não acreditavam em almas gêmeas, mas era o que pareciam
ser. Nem viram o andar do caminho e já haviam chegado à casa dela, na despedida
se beijaram, um beijo simples, mas que tinha a doçura de um sentimento nobre. Quase como em câmera
lenta as mãos se soltam e cada um segue seu rumo.
Se vão se encontrar
de novo não sabemos e mesmo que se percam estarão sempre juntos nas lembranças pois
ninguém esquece o primeiro amor.