A luz discreta do brilho do seu olhar eu vi que um
sorriso tímido queria nascer. Era tudo que eu precisava saber. Estava
confirmado, ele sentia por mim o mesmo que eu por ele!
Esta foi a primeira cena, a inesquecível primeira cena daquele romance,
bem mais que romance, um grande amor, um conto de fadas. A mocinha delicada e o
príncipe encantado, príncipe moderno, trocara o cavalo branco por algo com duas
rodas, era uma motocicleta, daquelas bem equipadas, que mais pareciam uma casa
sobre rodas, e como motoqueiro trajava uma jaqueta jeans, um charme a parte. A
mocinha também mudara em nada se parecia com uma donzela indefesa, no olhar
trazia uma firmeza que era de se admirar e ao invés de vestido longo usava
jeans e camiseta.
Naquele momento o príncipe galanteador não fazia jus a fama, ficava
tímido perto da amada não sabia o que dizer nem o que fazer, só queria ter
certeza de que não era um sonho, a mesma certeza que ela teve quando viu aquele
tímido sorriso surgir no rosto dele.
E o lugar para batizar esse encontro, a beira mar, onde castelos só se
forem de areia, mas eles preferiam algo mais sólido, quem sabe o toque de um
beijo? Calma, eles mal se conhecem, se viram apenas umas duas vezes e não
acreditavam em amor a primeira vista, mas aquela já era a terceira vez que se
viam e se aquilo não era amor era só por obra de um ainda, ainda não, mas
seria.
Quando se deram por conta já estavam próximos e ele havia tratado de puxar
conversa, masconvenhamos nada do que diziam fazia sentido, eram dois
envergonhados que estavam da cor da paixão (vermelho bem vibrante) e diziam
coisas totalmente sem nexo, porém conseguiam-se comunicar, ou melhor, se
entender através de olhares e sorrisos. De repente ele pega em sua mão e a
convida, convida não, a rapta para um passeio de moto e que mocinha não quer
ser raptada pelo príncipe, além de tudo lindo e educado.
Cortaram o vento estrada a fora e quando chegaram e quando chegaram ao
destino já era noite, o solzinho da tarde tinha dado lugar a lua e as estrelas.
Era um lugar lindo, no alto da serra de onde se viam o quebrar das ondas lá em
baixo, as estrelas no céu e uma barraquinha de cachorro quente, afinal os
pombinhos já estavam com fome. E foi
assim, saboreando um hot dog e longe de quase tudo que eles conseguiram
conciliar as palavras com o que sentiam e olhando para aquele cenário perfeito
conversaram por um longo tempo até tomado de certa coragem e um súbito impulso
o “despretensioso” motoqueiro toma a mocinha em seus braços e lhe rouba um
beijo. Como ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão ela retribui a
gentileza lhe roubando outro beijo. Não entendiam aquilo que estavam a sentir,
e o que importava? Só queriam curtir o momento e o resto, o mundo que os espere,
nada podia atrapalhar o que estavam vivendo.
Nossa, já amanheceu?! Nem viram o tempo passar, ele acordou primeiro e
ficou observando que o brilho do solda manhã deixava a moça irradiante e
encantadora. Ela despertou num suto e recepcionada por um belo sorriso do, acho
que agora já se pode dizer, do amado percebeu que tudo era real e nada a
deixava mais feliz naquele momento do que a certeza de que tinha passado a
noite mais feliz da sua vida ao lado de uma pessoa que de agora em diante ela
queria que permanecesse sempre ao seu lado.
Subiram na moto, o casal apaixonado tomou a estrada levando com eles o
desejo de que aquele sentimento verdadeiro não morresse e este conto de fadas
moderno dispensa o “e foram felizes para
sempre”, podemos dizer e foram, se entregaram a esse sentimento e que a
felicidade seja construída a cada dia!
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